A Conferência geral da UNESCO, reunida em Paris, considerando que o livro foi historicamente o instrumento mais potente de difusão dos conhecimentos, que todas as iniciativas para promover a difusão do livro são um fator de enriquecimento cultural, que uma das formas mais eficazes de promoção do livro é organizar todos os anos "O dia do livro", e constatando que esta fórmula ainda não fora adotada a nível internacional, em 15 de Novembro de 1995 proclamou o dia 23 de Abril "Dia mundial do livro e dos direitos de autor".
Texto elaborado por Pep Camps, da Unidade de Comunidades Catalãs do Exterior, da Generalitat de Catalunya. Março de 2003. Fonte: dados históricos extraídos do postal de boas festas de 1978 editado pela Fundação Jaime I. Fonte.
Monteiro Lobato
E no Dia Mundial do Livro, nada melhor do que escrever algo sobre um escritor que eu gosto muito: Lonteiro Lobato. Adoro sei jeito de escrever e descrever as coisas. Um exemplo disso, é o trecho abaixo, tirado do livro Memmórias da Emília.
"As palavras da nossa língua servem para indicar várias coisas diferentes, de modo que saem os maiores embrulhos [...].
– Desaforo é fazer certos elogios a uma pessoa. Vou dar um exemplo. Temos por aqui um animal chamado cachorro ou cão, bicho de muito bons sentimentos, o mais amigo do homem. É tão dedicado e amoroso, que o consideram o símbolo da fidelidade. É o cão que guarda os quintais conta os homens ladrões. É o cão que descobre a caça no mato. É o cão que puxa os trenós nas regiões só de gelo. É no cão que o homem faz exeperiências de laboratório. O cão é um colosso. Pois bem. Quando um homem compara outro homem ao cão, dizendo 'Tu és um cão', o outro puxa faca. Desaforo é isso... [...].
– E vice-versa – continuou Emília. Há por aqui animais que são malvadíssimos, umas verdadeiras pestes, como a tal cobra que tem veneno nos dentes e o tal tigre que é estúpido e crudelíssimo. Todos os homens têm tamanho ódio às cobras e aos tigres que não podem ver um só sem o destruir imediatamente. Mas se num verso um poeta compara uma mulher a uma cobra, dizendo, por exemplo, que ela tem movimentos de serpente (serpente é o mesmo que cobra), a ‘elogiada' rebola-se de gosto. E se um homem compara outro a um tigre, este outro sorri. Existiu na França um celebre Clemenceau que foi apelidado o Tigre. Pensa que ele puxou faca? Nada disso. Babava-se todo, quando o tratavam de Tigre. Mas fosse alguém tratá-lo de cão ou vaca!... Ah, vinha tiro na certa..."
Nesse trecho é possível ter uma idéia da riqueza que é ler Memórias da Emília. O livro é constituído de grandes filosofias como esta. A todo momento ele nos provoca a refletir, ele nos remete a outros países e traz outros povos para dentro da história, para dentro do Sítio do Picapau Amarelo, mas sempre supervalorizando o Brasil.
Fica então a dica de leitura! Espero que gostem.
E já que estamos falando de Monteiro Lobato, vou esvrever aqui um pouquinho da Biografia dele, também retirada do livro Memórias da Emília.

Monteiro Lobato, Através de Emília diz tudo o que pensa; na figura do Visconde de Sabugosa, critica os sábios que só acreditam nos livros já escritos. Dona Benta é o adulto que aceita a aprende com a imaginação criadora das crianças, admitindo as novidades que vão modificando o mundo. Tia Nastácia é o adulto sem cultura que vê no desconhecido o mal e o pecado. Narizinho e Pedrinho são o eterno espírito infantil, abertos a tudo, desejando ser felizes, confrontando suas experiências com o que os mais velhos dizem e nunca deixando de acreditar no futuro.
Vale a pena ler os livros de Monteiro. Ainda não li todos, mas já estou planejando qual será o próximo!
Por hoje é isso!
Beijos a todos!